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Uma cidade cada vez melhor de se viver

PREFEITURA DO MUNICÍPIO DE SÃO BERNARDO DO CAMPO

em São Bernardo do Campo

DA PARTICIPAÇÃO

Uma cidade cada vez melhor de se viver

PROTAGONISTAS

PREFEITURA DO MUNICÍPIO DE SÃO BERNARDO DO CAMPO

projeto protagonistas da participação

resultados resumo

1 constatação / 3 revelações / 3 paradoxos &

1 hipótese

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Uma Constatação

O conceito de participação é polissêmico, está em construção, e responde a uma prática cotidiana

Polissêmico: Foram mais de 50 definições. Prevaleceu: Estar junto/União.

Prática Cotidiana: Entre os lugares onde as pessoas mais participam está a família, a igreja, as associações de bairro, as EMEBs, e mais 50 lugares.

Está em construção: Resultado do alto número de tautologias (12%). Respostas circulares como participação é participar.

 

 

Três Revelações 

Somos profundamente desconfiados, fortemente influenciáveis e propensos a tomar decisões de racionalidade limitada

Usamos com base os resultados de 9 provocações:

i. Axiomas

60% é necessário duvidar de tudo

21% precisamos discernir sobre o que vemos/ouvimos

15% palavras devem ser contrastadas com ações

ii. Juridificação

97% pensam que as leis não funcionam

iii. Teoria da Decisão

54% costuma ser influenciado na hora de tomar decisões

57% toma decisões racionais/ 29% emocionais / 14% depende

iv. Inato e Aprendido

78% acredita que a sociedade influencia a nossa personalidade/ forma

de pensar/agir/ser

v. Progeria

38% já mudaram princípios e valores (mais arraigadas do que ideias ou opiniões) influenciados por outras pessoas.

46% (consolidado de 25%+21%) não mudariam nunca.

vi. Conservação e Mudança

95% considera bom mudar de maneira de pensar com o passar do tempo. Atualizando a sua maneira de ver o mundo segundo o ambiente histórico ao qual pertencem.

vii. Pensamento Único

77% já concordaram com um bom discurso

36%+27%+14% coloca senões e condições para acreditar (desconfiança)

Pasteurização do discurso leva a concordar facilmente com temas genéricos e superficiais, onde se evita enfrentar pontos polêmicos onde a opinião está mais dividida e as chances de discordância são maiores.

viii. Dilema de Sansão

88% a relação perde-perde (que não beneficia ninguém) é comum

ix. Teoria da Decisão

57% afirma tomar decisões pautadas pela razão (Disfarce Irracional: a irracionalidade costuma encontrar justificativas racionais)

 

Toda realidade é uma construção social

Usamos com base os resultados de 3 provocações:

i. Identidade

Obras definem a nossa identidade: "somos o olhar do outro"

ii. Invisibilidade

88% reconhecem que existem situações preocupantes que depois de um certo tempo se invisibilizam transformando-se em parte da paisagem. Embora indesejáveis, por força do hábito ou do costume (ou da perspectiva de não ver solução a curto prazo) há uma adaptação ao novo meio. Pode ocorrer também de maneira inversa: situações favoráveis ou ganhos na qualidade de vida são normalizados ao ponto de considerar que sempre foram assim. 

iii. Ontologia da Linguagem

Pessoas não se entendem. Problemas de comunicação na cidade são enormes. Ruído produzido por diferentes linguagens. As sociedades vivem um falso pluralismo em que todos podem expor ideias, mas ninguém escuta argumentos de posições contrárias às suas.

79% acredita que sofremos problemas de comunicação

Dislexia social: "Se Deus escreve certo em linhas tortas, o ser humano lê torto em linhas certas"

 

Planejamento a longo prazo e visão compartilhada de futuro são contranaturais

Baseados na identificação de 6 tensões resultantes de 19 provocações:

 

I. Tensão 1: Parte vs Todo (+inter-relação)

i. Identidade

Dificuldade muito grande de ver o "todo". Identidade está no "pedaço".

ii. Ontologia

Dislexia Social: completamos com imagens mentais e pré-programadas as partes desconhecidas da realidade. Fazendo delas uma leitura superficial, muitas vezes equivocada.

iii. Etnocentrismo

68% acredita que a cidade não compartilha da visão/forma de ver a vida

iv. Pensamento Abissal

Dissonância cognitiva. As partes não se identificam com o todo. Os "outros" são/fazem. Eu não sou/faço.

 

II. Tensão 2: Longo Prazo vs Curto Prazo 

v. Planejamento

Desinteresse para pensar o longo prazo. Urgência pelo tempo presente deriva na demanda por ações de curto prazo. Ocorre uma tensão muito grande entre o planejamento operacional (do dia a dia) e o planejamento estratégico (transformador e modelador de futuro)

98% consideram importante pensar no futuro. No entanto, 77% pensam restritamente a curto prazo (síndrome Carpe Diem). 

 

III. Tensão 3: Individual vs Coletivo

vi. Direitos e Deveres

Somente 12% considera importante reinvindicar deveres.

vii. Alteridade

Percepção elevada (71%) de que as pessoas não se preocupam umas com as outras. 

viii. Individual e Coletivo

Pessoas buscam o benefício máximo e podem se aproveitar do trabalho e esforço dos outros (percepção de 70% dos entrevistados)

ix. Inato e Aprendido

Valores dos dias de hoje são inadequados para a formação de uma pessoa de bem.

x. Dilema de Sansão

Há percepção sobre a existência da relação perde-perde. A cooperação deve ainda superar não só os conflitos próprios do ambiente competitivo, mas também do masoquista (consciente/inconsciente).

xi. Negociação

Há elevada inclinação (aspecto positivo) para espaços de negociação na cidade.

 

IV. Tensão 4: Problema vs Problema

xii. Invisibilidade

Invisibilidade ocorre não somente com a nossa dificuldade de ver a situação de outras pessoas, mas também na dificuldade de enxergar a nossa própria situação. Indigente pode não se perceber indigente. Morar num barraco em área de risco pode não ser visto necessariamente como um problema.

Onde está o problema? Dificuldade em identificar problemas comuns nos leva à resistência por parte de quem não compartilha da identificação do problema. Esse desencontro pode ocasionar pouca percepção de impacto das intervenções na cidade.

 

V. Tensão 5: Concessão vs Restrição

xiii. Invisibilidade

 O processo de negociação costuma ser invisível nas etapas de planejamento  tradicional. 

xiv. Conservação e Mudança

 Mudar de forma de pensar é positivo. No entanto, há sempre um limite para  qualquer mudança.

xv. Progeria

 Há valores que não são negociáveis

xvi. Identidade

 Identidade é dinâmica (mas há valores permanentes)

xvii. Negociação

 Nem tudo se negocia

 

VI. Tensão 6: Saber Leigo vs Técnico

xviii. Obstáculo Epistemológico

 Para 41% os leigos não podem contribuir com qualidade. Para 35% existe um  olhar preconceituoso com o leigo. 

xix. Reificação

 87% manifestam dificuldades na hora de expressar ideias complexas. 

 

 

Três Paradoxos

O todo é maior do que a soma das partes

i. Pensamento Abissal (resultado inconsistente)

90% afirmam que existe preconceito.

100% não se reconhecem preconceituosos(as).

 

País do futuro só pensa no presente

ii. Planejamento 

98% consideram importante pensar no futuro. No entanto, 77% pensam restritamente a curto prazo. O futuro é uma promessa descolada de uma ação concreta. Encontra-se num lugar confortável onde moram todas as possibilidades amparadas no "se Deus quiser".

 

Aquilo que nos une é justamente o que nos separa

iii. Identidade

O território como espaço de encontro da diversidade é substituído pela lógica dos fluxos entre grupos. A analogia do arquipélago nos serve para estar atentos e observar que em São Bernardo do Campo ainda temos o desafio de superar o ostracismo limitante de ver o todo de maneira fragmentada. O caráter de pertencimento muito forte em âmbito microrregional em alguns bairros dificulta a construção de uma identidade extramuros. 

 

 

Uma Hipótese

Participação cidadã é um recurso anticíclico e uma ferramenta de transformação de valor pessoal para a cidadania

A participação cidadã modifica a forma como o individuo se relaciona com a cidade, mas de maneira mais contundente altera a sua própria forma de se relacionar em espaços cotidianos: sua forma de pensar, de ver o futuro, de ouvir "o outro" e de planejar. A dimensão educadora da participação pode ter a partir desta iniciativa de abordagem um novo espaço para construir indicadores e mensurar seu impacto.

Cidadania não é só uma condição de ganho social, mas principalmente uma mudança radical no tipo de comportamento individual que pdoe ser mensurado na forma de pensar/fazer em diversas áreas do comportamento humano.

A participação cidadã é um instrumento anticíclico de mudança comportamental a nível pessoal dentro daquilo que convencionamos chamar de "recurso de Ulisses".

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