* Esta provocação mostra duas características sociais (ainda a ser corroboradas com uma pesquisa mais elaborada e representativa da sociedade são bernardense) que consideramos fundamentais para o entendimento da relação entre grau de influência e desconfiança. Por um lado 77% confirma que já concordou com um "bom discurso". Embora a definição de bom discurso não tenha sido aprofundada, consideramos que ele está constituído por valores genéricos, na sua maior parte superficiais, dentro dos quais uma grande parte da população se encontra identificada. Exemplo disso: enfrentamento às iniquidades, superação da pobreza, estímulos ao desenvolvimento, prevenção e combate à violência em todas suas dimensões, etc. Contudo, conforme seja a profundidade do discurso também podemos considerar diversos graus de influência;

* Por outro lado, observamos elevados níveis de desconfiança que dão peso substancial, por exemplo, ao discernimento (36%), às obras e a prática (27%), à confiança e credibilidade conquistada (14%);

* Ainda como dado interessante, observamos que 9% consideram seu estado emocional e o envolvimento empático do momento como forte indicador no aceite ou rejeição de um discurso;

* Também com 9%, a constatação de que os discursos parecem estar cada vez mais homogêneos na medida em que estão todos muito parecidos e alinhados com os valores mais expressivos identificados na população. Cabe mencionar que discursos superficiais geram maior adesão por conta que evitam incidir sobre assuntos polêmicos. A "pasteurização" do discurso e da prática cotidiana e política é um tema que merece atenção e que esperamos abordar futuramente.