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* De maneira preocupante constatamos que quase 70% dos entrevistados manifestam descrença na possibilidade da cidade compartilhar uma visão de futuro. A grande maioria de pessoas acredita viver numa cidade de alta complexidade, com interesses e formas de percepção bastante diferenciadas. Nesse sentido, 35% afirma não existir essa perspectiva única de futuro;

* Um 30% das respostas nos mostra que a forma como vemos a cidade, nossos valores e características de pertencimento, fundamentais para a formação de uma identidade coletiva, estão maiormente condicionados ao grupo ou a fatores de estratificação social. Ou seja, a forma de pensar e construir o futuro no Taboão, por suas particularidades, será diferente à forma como o Montanhão, os Alvarengas, ou o Riacho Grande percebe e trabalha esse imaginário de cidade. Assim, podemos inferir que a tensão entre a "parte" e o "todo", sobre a dificuldade de uma visão integrada de cidade continua sendo uma diretriz de trabalho a ser explorada;

* Um dado interessante surge com a manifestação, por 15% dos entrevistados, de que as visões antagônicas e conflitantes obedecem também a um fator geracional. Em diversos relatos observamos a distância de entendimento que ocorre entre membros de uma mesma família. Jovens e idosos apresentam, pelos resultados obtidos, uma forma bastante desconexa de ver, entender e projetar o futuro;

* Com 10% temos uma variável inspiradora na medida em que a construção coletiva de futuro também é entendida como um desafio que tem na participação cidadã sua maior ferramenta de transformação. A construção e consolidação de espaços participativos no município representa uma força democrática que pode conduzir, a partir do diálogo e do planejamento, a um novo momento de construção social resistente à apatia e a dispersão que vemos manifestada. É uma oportunidade diante da iminência de um futuro que a todos compromete.