* Quando questionados sobre situações indesejadas que, por causa do hábito ou do costume, se tornaram correntes, a maior parte das respostas (20%) apontam a violência como uma situação que já faz parte do dia a dia da cidade;

* Drogas nos parques ou nas esquinas do bairro, crianças nos faróis, pessoas em situação de rua, entre outros vários temas foram também lembrados como situações que não chamam mais a atenção. Inclusive o trânsito nas cidades passou a ser visto como uma realidade para a qual só resta o conformismo e posteriormente a invisibilização;

* Um dado interessante se destaca em diversos depoimentos. Há uma notória relativização na nossa maneira de ver a vida e viver. Ou seja, ficou evidente em várias entrevistas que o fato de morar em condições precárias pode ser visto como algo natural. A resistência à mudança está na invisibilização das condições a que está exposta o(a) entrevistado(a). Em muitos casos os depoimentos apontaram para os benefícios de morar num barraco ou em áreas tidas na cidade como de alta vulnerabilidade;

* Outra informação relevante surge de considerar diversas mídias (internet/TV/jornais/revistas) como veículos que disseminam, com a sua programação ou conteúdo, diversos tipos de violência. Este tipo de violência compartilha com a violência doméstica e a violência na escola (todas com 10%) os maiores índices de preocupação na nossa sociedade. Contudo, todas elas estão muito abaixo da violência urbana que com 70% continua sendo o maior desafio a ser enfrentado.