* O caráter das respostas mostram uma aproximação expressiva entre duas características que modelam esta provocação. Com 32% das respostas, os entrevistados reconheceram que ocorre frequentemente ter de aceitar os próprios erros e a opinião dos outros quando enfrentados. Contudo, 31% afirma que ocorre também exatamente o contrário, ou seja, numa discussão onde foram vencidos o tempo, ou uma avaliação geral, demonstrarem que suas ponderações, embora desconsideradas naquela hora, estavam corretas;

* A capacidade de constantemente alterar a perspectiva de análise e considerar que a verdade tende a ser um bem relativo nos ajudam a socializar com maior facilidade;

* 11% dos entrevistados indicam que, ou não costumam entrar em debate ou permanecem firmes nas suas opiniões. A expressão "vencido, mas não convencido" demonstra isso;

* Ainda, com 8%, há quem leve a discussão ao âmbito da informação e do conhecimento. Sem informação não ha debate, nem condições de expressar e posteriormente defender uma ideia;

* A inflexibilidade também é parte constitutiva da nossa forma de interatuar com as outras pessoas. Nesse sentido, 5% consideram que não costumam reconhecer os próprios erros;

* Como dado complementar, resultado do diálogo estabelecido nessa etapa das entrevistas houve duas considerações importantes sobre giros copernicanos que não dizem respeito aos itens precedentes, mas que se enquadram perfeitamente na mudança de perspectiva e entendimento que o cidadão experimenta a partir de uma experiência particular. A primeira está transcrita no capítulo dos Relatos (link na página principal) sobre o benefício recebido por um cidadão que ajudou a outro em situação de rua. A segunda experiência é a história de um morador dos Alvarengas que adotou a um menino com deficiência física. Anos mais tarde ao ficar paraplégico o agora jovem deficiente é quem doa a sua força e a combina com a inteligência do deficiente. Uma situação admirável de complementaridade. Ambos relatos são exemplos do que convencionamos de chamar aqui "quem ajuda quem", uma boa maneira de entender na prática os alcances do giro copernicano.