* Chama a atenção que embora mais do 70% dos entrevistados declararam que em São Bernardo as pessoas não se preocupam umas pelas outras. Um percentual superior ao 20% afirma que ainda é possível ser surpreendido por ações solidárias e de fraternidade;

* O individualismo é o segundo tema mais lembrado quando nos referimos às dificuldades de estabelecer um contato mais próximo com outras pessoas. O medo e a violência são vetores determinantes também. Contudo, a dificuldade de superar a dimensão individual e consolidar uma relação baseada no bem coletivo é ainda um enorme desafio em sociedades como a nossa;

* De maneira geral, migrantes entrevistados relatam ter sido bem recebidos e, à época, desfrutar de um ambiente propício para o seu desenvolvimento na cidade. Cabe precisar que quase a totalidade deles confirma que já havia alguém da família ou um conhecido (migrante também) que fez papel de facilitador;

* A percepção atual sobre a migração, embora não tenhamos informações consistentes sobre esse tema, apontam a uma preocupação com relação aos fluxos vindos do interior e ao adensamento dos núcleos de habitação informal. O imaginário associa migração à pobreza, pobreza à favela, favela à violência;

* O preconceito ainda é um forte limitador diante dos esforços em alcançar uma sociedade com respeito e reconhecimento mútuo;

* Outro indicador interessante resulta da perda de referências ou modelos por parte do individuo. Parece existir uma fragilidade muito grande no modelo adotado por jovens e adultos. Famílias disfuncionais ou com baixos níveis de reflexão sobre estes temas aprofundam o distanciamento com as questões sociais.