* 90% do total de entrevistados manifestaram que existe preconceito em São Bernardo do Campo;

* A desinformação e a ignorância foram apontadas como causas para o preconceito. Há coincidência de que o preconceito pode ser vencido com uma boa formação que começa na família e é fortalecida a partir de boas políticas públicas. Contudo, os depoimentos não são conclusivos na hora de identificar se o preconceito é aprendido ou forma parte das características do ser humano;

* O preconceito por causa do lugar de moradia tem um dos maiores percentuais identificados na pesquisa (14%). Morar no lixão (Jd. Oliveiras); ter pé de barro (Santa Cruz), ou associações com a violência e a criminalidade faz parte da rotina de quem mora na periferia; 

* Parece evidente que existem situações onde o preconceito se camufla sob o véu de valores tidos como suporte da sociedade. A dicotomia entre bem/mal, certo/errado estão presentes no imaginário social e fazem, por exemplo, que o tema da homossexualidade seja visto não como uma questão de discriminação preconceituosa, mas como uma questão moral.

* Embora a maioria de pessoas reconhecesse que a cidade é preconceituosa, 100% delas não se identificou com a reprodução de práticas discriminatórias;

* Depoimentos apontaram que populações que sofrem com preconceito (e.g. negros/evangélicos) podem tender também a reproduzir ações preconceituosas com outros grupos (o discriminado discrimina);

* O fortalecimento da identidade social de um grupo parece ser uma ferramenta poderosa que combate o preconceito;

* Embora inadequadas, brincadeiras e piadas (em princípio inocentes) são desconsideradas por uma grande maioria como práticas preconceituosas e mais como formas de socialização já cristalizadas pelo tempo. Para tipificar prática preconceituosa cabe incluir, afirmam alguns, intenção de ofender. Nesse ponto a subjetividade é muito alta.